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Como este tema é tratado nas escolas nos dias de hoje

Bullying é um dos principais fatores que causam depressão                          

Bullying na adolescência  

   Quem nunca ganhou um apelido “carinhoso” na sua infância ou adolescência? Ou já apelidou alguém? Mesmo sem querer? Em nosso País há uma grande miscigenação de pessoas e culturas. Alguns são mais gordinhos, outros magros demais, altos, baixos, negros, brancos, ruivos, etc. 

   E como ninguém é perfeito, acabamos ganhando estes apelidos que, por muitas vezes não gostamos, seja de um amigo ou algum grupinho de conhecidos que gostam de apelidar a todos por possuir algo “diferente” em seu corpo ou no jeito de se vestir, de falar, caminhar, por usar óculos ou aparelho nos dentes, ser de uma religião diferente ou até mesmo na sua personalidade como ser muito tímido. Qualquer coisa que esteja fora do “padrão” se torna motivo de piada.

    A orientadora educacional Jaqueline Wink, da Escola Luiz Dourado, explica que o Bullying (termo adotado da língua inglesa bully = “valentão”) é uma situação que se caracteriza por agressões intencionais, verbais ou físicas repetitivas, praticadas por um ou mais alunos, contra um ou mais colegas.

    Ele é utilizado para designar atos de violência tanto para quem pratica quanto para quem sofre. O que causa muita dor e angústia, podendo levar o indivíduo a se tornar um adulto com depressão. Geralmente acontece entre crianças, com piadas na intenção de humilhar aos considerados diferentes dos demais colegas. Quem sofre tem a sensação de estar constantemente ameaçado, incapacitado e excluído do meio social onde convive.

   A orientadora educacional adverte, “sempre que percebemos que o aluno está com problemas emocionais e que não está sentindo-se bem, devemos então entrar em contato com os responsáveis para juntos tomarmos as devidas providências”. Nisso, cabe salientar, que muitas vezes os responsáveis não percebem que o adolescente está com problemas e é necessário que a escola o chame para tentar entender a situação do aluno.

   Jaqueline ressalta ainda que a preocupação é quando o aluno sofre Bullying e a escola não tem conhecimento, muitas vezes nem com a própria família os adolescentes comentam suas angústias. Em alguns casos os próprios colegas vêm relatar e pedir ajuda para seu amigo que está vivendo o problema.

Quando a criança ou adolescente sofre Bullying, eles demonstram dificuldades em interagir em grupo, ficam tristes com frequência, tiram notas baixas, têm pesadelos, mudam o trajeto de ir e voltar da escola, faltam as aulas, perdem o interesse pelos estudos.

   Para identificar quem comete o Bullying, pais e professores devem observar principalmente quando as crianças querem que outras façam todas as suas vontades e que suas ordens sejam atendidas imediatamente, pois gostam de ter a sensação de poder.

   A solução para quem sofre Bullying, segundo Jaqueline, é realizada através de conversas com os envolvidos, trabalhando os sentimentos deles, para que tenham a consciência de não fazer a um colega o que eles não querem que façam para si. Na escola em que trabalha há palestras informativas, mas, infelizmente, ainda não há recursos para psicólogos, dificultando os encaminhamentos a médicos específicos em casos mais graves. O que se torna de responsabilidade dos responsáveis após tomarem conhecimento que seu filho (a) sofre Bullying.

   Nas famílias onde não há uma boa estrutura emocional dificulta a situação. O envolvido poderá se tornar um adulto com problemas emocionais e precisar de ajuda. Com isso a orientadora salienta, “o apoio da família em tratar o caso com compreensão, diálogo e amor são remédios que ajudarão na vida adulta, tornando-os bem resolvidos emocionalmente”.

    Numa noite de verão, no próprio ginásio da escola a céu aberto, aquela menina* usava vestido dourado e sandálias de salto alto, com cabelos bem ajeitados. Buscava o seu diploma do ensino fundamental, com um sorriso estonteante no rosto. Na ocasião ela também foi a púlpito prestar uma singela homenagem à sua turma.

   Estava concluindo o primário numa escola pública da cidade, mas a arte de contar histórias, através de uma linda e gratificante profissão chamada Jornalismo, era o que aquela menina/moça tinha em mente há alguns anos.

   Quem a observava sorrindo, não percebia que, apesar de sempre tirar notas boas, ser uma aluna muito dedicada, sofria em silêncio desde a infância até o começo da adolescência. Quando criança, era uma menina que não podia pensar em usar calça jeans tamanho 44, porque sabia que não serviria.

Sentia-se triste, encolhida em um canto da escola. Por ser uma menina excluída pelas suas colegas, não era o tipo de criança que corria ou brincava durante o recreio. Quando a menina tinha 11 anos, sua mãe teve o terceiro filho. A adolescente, por aparentar ser mais velha do que realmente era, foi seguidamente confundida com a mãe do bebê. Não a viam como irmã da criança.

    Como na escola certos meninos faziam chacotas com a menina por ela ser acima do peso, ela era apelidada de: “Capitão Caverna”, “leão”, “buda”, “baleia”, entre outros. Com o tempo ela foi se acostumando, não dava mais tanta importância para o que falavam dela.

Como ela tinha costume de fazer exame de sangue todos os anos para checar como estava sua saúde, percebeu que estava ficando com anemia devido a falta de consumo das vitaminas essenciais para o corpo. O que ela mal sabia, é que aquilo podia se agravar, gerando doenças mais severas para o seu organismo, caso não fosse tratado com certa urgência.

    Foi aí que sua mãe tomou providências. Marcou nutricionista e, aos poucos, mudou os seus hábitos alimentares para tentar melhorar a sua saúde e autoestima, principalmente.

Foi na primeira consulta que ela começou a mudar os seus pensamentos. O primeiro passo foi fazer uma entrevista e, com base nela, as estagiárias de nutrição montaram um plano de reeducação alimentar. Com o objetivo de corrigir a sua alimentação, sem que causasse danos ao seu organismo.

    Mês a mês, à medida que a menina se esforçava, os resultados cresciam positivamente, nisso, ela percebeu que poderia ter uma vida nova e mais saudável. Foi isso que a fez se sentir melhor. Ao mesmo tempo, que aqueles meninos parassem de uma vez por todas a chamá-la por vários apelidos humilhantes.

Dali em diante aqueles meninos que faziam chacotas dela, como eram mais velhos, estes repetiram de ano na escola (mais de uma vez), assim, ela conseguiu os ‘alcançar’. Por fim estava na mesma sala de aula dos que zombavam dela.

    E no último dia de aula, ao encerrar o ciclo do Ensino Fundamental, satisfeita com todos os avanços alcançados e segura de si, a menina criou coragem para fazer o que teve vontade: escolheu uma roupa que sempre quis usar, um vestido dourado e sandálias de salto alto e foi à formatura do ensino fundamental de cabeça erguida. Lá também estavam os meninos que dela zombavam. Mas, a partir daquele dia, algo mudou. Os olhares já não eram mais de deboche e sim, de admiração.

*Aquela menina, que no caso é quem escreve a matéria.

                                                                                 Jéssica Imhoff

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